Reportagem do mundo

O Reino Unido está aberto para negócios

Artigo do embaixador britânico no Brasil, Alan Charlton, para a agência de notícias Inforel

Isto foi publicado no âmbito do 2010 to 2015 Conservative and Liberal Democrat coalition government
Ambassador Alan Charlton

Ambassador Alan Charlton

Economias com melhores regulações para os negócios crescem mais rápido. À medida que a economia global se recupera, nunca foi tão importante para as empresas ter um ambiente de negócios propriamente regulado para estimular o crescimento. É por isso que melhorar o ambiente de negócios está no centro dos esforços do governo britânico.

O Reino Unido ainda tem um longo caminho para percorrer até se recuperar (o Office for Budget Responsibility, órgão independente do governo britânico, prevê um crescimento de 0.6% em 2013). Mas as medidas do governo para reduzir o déficit e reconstruir a economia têm garantido estabilidade e posicionado o Reino Unido como um relativo porto seguro, com baixíssimas taxas de juros. Apesar das condições difíceis, a economia está se recuperando e reequilibrando.

O Reino Unido oferece o melhor ambiente em “facilidade de se fazer negócios” na Europa (e o sétimo do mundo). Ontem, o Ministro das Finanças George Osborne publicou o Orçamento do país para 2013, no qual foram anunciadas medidas para estimular o crescimento por meio do estímulo ao sucesso dos negócios. Nós, agora, temos um dos sistemas de taxação mais competitivos do mundo: imposto de renda cobrado das empresas caiu de 28% para 24%, e será reduzida para 20% em 2015, a mais baixa do G20.

O Reino Unido atrai mais investimentos de projetos internacionais (17%) que qualquer outro país da Europa, é o 17º no Índice de Percepção de Corrupção (entre o Japão e os Estados Unidos) e subiu para a 8ª posição no Relatório de Competitividade do Fórum Econômico Mundial. Milhares de empresas internacionais escolheram o Reino Unido para seus investimentos. O país é sede de quatro das dez maiores empresas europeias. Também empresas brasileiras – grandes e pequenas – estão fincando raízes no Reino Unido. Uma delas é a Marfrig, agora uma das grandes empregadoras da Irlanda do Norte.

Ainda assim, a política de imigração do Reino Unido tem sido acusada pela imprensa britânica de sufocar os negócios, ao colocar um sinal de “Mantenha a distância”. O Brasil não precisa se preocupar com isso. O governo britânico acolhe com agrado a migração, que, por sua vez, ajuda a economia do país. Nós estamos “Aberto para negócios”. Em 2011, 88% dos requerimentos de visto de trabalhadores brasileiros capacitados foram processados em 5 dias (99% em 15 dias) e a grande maioria desses foi aprovada. Bom lembrar que continua sendo possível para turistas e empresários viajar para o Reino Unido sem visto se a estada deles por lá for de até 6 meses.

Fomentar as condições corretas para sustentar os negócios também é vital. É por isso que, como o Brasil, o governo britânico está também focando seus investimentos de capital em ciência, infraestrutura e educação. Nós temos o maior programa de investimentos em ferrovias desde a Era Vitoriana, com o custo de 9.4 bilhões de libras. O Reino Unido e o Brasil possuem excelentes exemplos de cooperação em todas essas áreas, sendo nossa parceria na iniciativa Ciência sem Fronteiras, da Presidente Dilma, um brilhante exemplo: o Reino Unido se comprometeu a receber mais 10 mil estudantes nos próximos 3 anos.

Voltando à regulação, a Embaixada britânica desenvolve, há três anos, um trabalho junto à Casa Civil com o objetivo de passar a experiência do Reino Unido na área, enquanto o Brasil desenvolve seu próprio modelo. Em 19 de março, eu tive a honra de falar em conferência sobre o assunto na Presidência da República, com a presença de delegações de toda a América Latina. Mais regulação é bom para o Brasil e para empresas britânicas trabalhando com o Brasil. Alan Charlton, Embaixador do Reino Unido no Brasil

Publicado a 23 March 2013