Reportagem do mundo

Semana de Saúde do Brasil em Londres

UKTI leva nove secretários de saúde brasileiros ao Reino Unido para trocar experiências na gestão pública de saúde entre os dois países

Isto foi publicado no âmbito do 2010 to 2015 Conservative and Liberal Democrat coalition government
Richard Porter

O UK Trade and Investment, departamento de comércio e investimento internacional do Consulado Britânico de São Paulo, levou nove secretários de saúde brasileiros a Londres para a Semana de Saúde do Brasil, de 17 a 19 de março. Durante o período, os secretários do Estado de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Acre, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Tocantins tiveram a oportunidade de trocar experiências sobre a gestão pública de saúde.

As autoridades brasileiras participaram de uma mesa-redonda na Câmara dos Comuns organizada pelo ministro britânico Kenneth Clarke, visitaram o Instituto de Inovação Global de Saúde do Imperial College e conheceram o centro de controle de emergência do serviço de ambulâncias de Londres. Além disso, participaram de um seminário de negócios com 175 empresas britânicas, organizações do NHS e universidades para ouvir palestras dos secretários de saúde sobre os planos para novos hospitais em seus estados.

“Nosso objetivo foi fortalecer ainda mais a parceria bilateral de saúde entre o Reino Unido e o Brasil, por meio da apresentação do melhor da inovação britânica em saúde para os nossos convidados brasileiros. A semana de saúde teve um foco especial em projetos de PPP de saúde e tecnologia médica”, disse o embaixador britânico Alex Ellis. Aproximadamente 80% de todos os equipamentos médicos do Brasil são importados e as exportações de equipamentos médicos do Reino Unido para o Brasil quadruplicaram nos últimos cinco anos, passando de £50 milhões de libras para £200 milhões.

Para o secretário de Saúde de Minas Gerais, Alexandre Silveira, o que chamou mais atenção sobre o sistema britânico foi o foco no atendimento básico de saúde. “Na Inglaterra, o principal indicador está relacionado à fidelização do médico à família. O investimento maior é feito na atenção primária. Isso significa que quanto menos o Governo gastar com a média e alta complexidade, mais terá para investir na prevenção e na promoção da saúde”, disse o secretário após a viagem. Segundo informa a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, o Estado se espelha nesse modelo e tem o maior programa de saúde preventiva do Brasil, com 4.400 equipes responsáveis pela cobertura de 78% da população.

Outro eixo do sistema de saúde britânico que chamou a atenção do secretário mineiro foi a parceria do governo com a iniciativa privada. “É impossível imaginar que poderemos oferecer saúde de qualidade ao cidadão sem que o sistema receba, além do público, investimentos também privados. É necessário identificar mecanismos para que a iniciativa privada invista na saúde, mas que para isso se leve em conta uma forte regulação do Estado, defendendo o interesse coletivo”.

Parcerias Público-Privadas estão na base da eficiência do modelo de saúde britânico. O Reino Unido é pioneiro no envolvimento do setor privado na gestão em saúde e um histórico de sucesso na entrega de Parcerias Público-Privadas em saúde. O Reino Unido aplicou a primeira PPP de saúde do mundo em 1992. Ao longo dos últimos 15 anos, 132 novos hospitais foram construídos ou renovados por meio de modelos de PPP. “Esse é um dado extraordinário, pois a Inglaterra tem, ao todo, 161 hospitais”, conclui o embaixador Alex Ellis. “As PPPs permitem a entrega de serviços públicos com alta qualidade e profissionalismo, oferecendo uma boa relação custo-benefício. A inovação está no centro da PPP, com o setor privado conduzindo grande parte do processo”.

Publicado a 31 March 2014