Semana de Saúde do Brasil em Londres
UKTI leva nove secretários de saúde brasileiros ao Reino Unido para trocar experiências na gestão pública de saúde entre os dois países

O UK Trade and Investment, departamento de comércio e investimento internacional do Consulado Britânico de São Paulo, levou nove secretários de saúde brasileiros a Londres para a Semana de Saúde do Brasil, de 17 a 19 de março. Durante o período, os secretários do Estado de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Acre, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Tocantins tiveram a oportunidade de trocar experiências sobre a gestão pública de saúde.
As autoridades brasileiras participaram de uma mesa-redonda na Câmara dos Comuns organizada pelo ministro britânico Kenneth Clarke, visitaram o Instituto de Inovação Global de Saúde do Imperial College e conheceram o centro de controle de emergência do serviço de ambulâncias de Londres. Além disso, participaram de um seminário de negócios com 175 empresas britânicas, organizações do NHS e universidades para ouvir palestras dos secretários de saúde sobre os planos para novos hospitais em seus estados.
“Nosso objetivo foi fortalecer ainda mais a parceria bilateral de saúde entre o Reino Unido e o Brasil, por meio da apresentação do melhor da inovação britânica em saúde para os nossos convidados brasileiros. A semana de saúde teve um foco especial em projetos de PPP de saúde e tecnologia médica”, disse o embaixador britânico Alex Ellis. Aproximadamente 80% de todos os equipamentos médicos do Brasil são importados e as exportações de equipamentos médicos do Reino Unido para o Brasil quadruplicaram nos últimos cinco anos, passando de £50 milhões de libras para £200 milhões.
Para o secretário de Saúde de Minas Gerais, Alexandre Silveira, o que chamou mais atenção sobre o sistema britânico foi o foco no atendimento básico de saúde. “Na Inglaterra, o principal indicador está relacionado à fidelização do médico à família. O investimento maior é feito na atenção primária. Isso significa que quanto menos o Governo gastar com a média e alta complexidade, mais terá para investir na prevenção e na promoção da saúde”, disse o secretário após a viagem. Segundo informa a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, o Estado se espelha nesse modelo e tem o maior programa de saúde preventiva do Brasil, com 4.400 equipes responsáveis pela cobertura de 78% da população.
Outro eixo do sistema de saúde britânico que chamou a atenção do secretário mineiro foi a parceria do governo com a iniciativa privada. “É impossível imaginar que poderemos oferecer saúde de qualidade ao cidadão sem que o sistema receba, além do público, investimentos também privados. É necessário identificar mecanismos para que a iniciativa privada invista na saúde, mas que para isso se leve em conta uma forte regulação do Estado, defendendo o interesse coletivo”.
Parcerias Público-Privadas estão na base da eficiência do modelo de saúde britânico. O Reino Unido é pioneiro no envolvimento do setor privado na gestão em saúde e um histórico de sucesso na entrega de Parcerias Público-Privadas em saúde. O Reino Unido aplicou a primeira PPP de saúde do mundo em 1992. Ao longo dos últimos 15 anos, 132 novos hospitais foram construídos ou renovados por meio de modelos de PPP. “Esse é um dado extraordinário, pois a Inglaterra tem, ao todo, 161 hospitais”, conclui o embaixador Alex Ellis. “As PPPs permitem a entrega de serviços públicos com alta qualidade e profissionalismo, oferecendo uma boa relação custo-benefício. A inovação está no centro da PPP, com o setor privado conduzindo grande parte do processo”.