Governo britânico apoia iniciativa para inclusão financeira
Alta Comissária afirma que literacia e inclusão financeira constituem pilares para a criação de uma economia mais sustentável e próspera.
Alta Comissária tomou parte no lançamento do Programa de Inclusão Financeira, em Maputo.
A Alta Comissária Joanna Kuenssberg destacou, em Maputo, a importância da literacia e inclusão financeira como pilares para a criação de uma economia mais sustentável e próspera. Ela falava no âmbito do lançamento do Programa de Inclusão Financeira, uma iniciativa da FSD Moc, com apoio do governo britânico através do DFID Mocambique. Leia, na íntegra, o discurso da Alta Comissária:
“O Reino Unido é o primeiro, e até agora o único, país dos G7 a atingir o alvo das Nações Unidas de investir 0.7% do Produto Nacional Bruto em desenvolvimento internacional, um compromisso que está consagrado na lei.
E a estratégia de UK Aid estabelece como investimos, não só para promover o desenvolvimento humano e social em países em desenvolvimento. Visamos apoiar também o desenvolvimento económico inclusivo, através do desenvolvimento de competências e formação para o emprego, apoio à redução de barreiras ao funcionamento de mercados e apoio às opções de energia fora da rede, por exemplo.
O Reino Unido é também o maior exportador de serviços financeiros e profissionais. Entendemos a importância de mercados abertos e crédito acessível para desenvolver a nossa economia e a de outros países. No início deste mês, a primeira obrigação denominada em Rupee foi lançada em Londres, um exemplo do estatuto da cidade como um hub global líder para finanças inovadoras.
Durante uma visita à Índia realizada há alguns dias, o Secretário de Estado para Desenvolvimento Internacional, Priti Patel, anunciou dois fundos de risco e investimentos de capital em negócios inovadores, que irão ajudar mais 2 milhões de pessoas pelo país a ter acesso ao financiamento que precisam para arranjar empregos, iniciar negócios e sustentar as suas famílias.
A literacia e inclusão financeira constituem pilares para a criação de uma economia mais sustentável e próspera. Assim, o Governo Britânico tem criado e apoiado diversas iniciativas em Moçambique que visam o desenvolvimento das mesmas, num conjunto de esforços que visam melhorar o ambiente de negócios.
Através do projecto FSDMoç, e com parceiros do sector público e privado, o Governo Britanico tem posto em prática iniciativas de promoção da inclusão financeira.
Através da FINMARK Trust da Africa de Sul, nós financiamos em 2014 o segundo inquérito nacional sobre a inclusão financeira, que abrangeu um total de quase quatro mil agregados familiares.
Este estudo revelou que dois quintos (39.6%) da população adulta em Moçambique está financeiramente incluída (um aumento relativamente a 22.2% registado no inquerito de 2009), mas que não houve uma mudança significativa no conhecimento dos adultos sobre os produtos financeiros e bancários.
Com os projectos de investimento a caminho de Moçambique, para além da transparência e um ambiente de negócios favorável, é imprescindível que o sector financeiro esteja sólido e que todos os moçambicanos estejam dotados de conhecimento de modo a poderem fazer parte dos projectos, através da Bolsa de Valores. Assim será possível ter um crescimento económico sustentável e potencializar os resultados de mega-investimentos.
O Governo Britânico acredita que é possível fazer uma grande diferença na vida dos moçambicanos, e na redução da pobreza absoluta. Esta iniciativa simboliza também o empenho do Governo Britânico em apoiar soluções inovadoras e sustentáveis para o desenvolvimento do sector financeiro que sejam inclusivas na expansão de serviços financeiros. Através do projecto FSDMoç, o Governo Britânico tem adoptado uma abordagem flexível para fazer face às grandes barreiras para uma maior inclusão financeira no país.
Em paralelo, temos trabalhado com algumas instituições-chave cujo desenvolvimento e capacitação tem um impacto directo no futuro económico de Moçambique.
Em Outubro passado, o então Lord Mayor da City of London, Alan Yarrow, visitou Maputo, com foco no desenvolvimento de serviços financeiros. Em seguimento desta visita, o Alto Comissariado Britânico, levou um grupo de profissionais da Bolsa de Valores de Moçambique para a Bolsa de Valores de Londres, a maior na Europa, de modo a possibilitar uma formação profissional.
Ainda inserido no sector financeiro, em Março do presente ano, levamos a cabo uma iniciativa de formação para funcionários do Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM), pela Presidente do Instituto e Faculdade de Actuários de Londres.
Planeamos consolidar o nosso apoio a estas duas instituições no ano que vem. Tenho o prazer de participar no evento de hoje e demonstrar o compromisso do Reino Unido em desenvolver o conhecimento e o acesso aos serviços financeiros em Moçambique.
Ao aprender com países onde a mobilidade financeira e os esquemas inovadores de micro-créditos já têm sucesso, e ao motivar a criatividade dos empreendedores moçambicanos, estas parcerias podem ajudar a transformar a vida das pessoas.
Obrigada.”